DÉDA ESPEROU DEZEMBRO PARA PARTIR

Desde que o governador Marcelo Déda se internou no Hospital Sírio Libanês, uma voz na minha mente dizia que ele não teria cura, que não reassumiria o Governo de Sergipe. Não sou muito de dar ouvido a essa voz que vez por outra me fala.

Estava escrito o desfecho da vida de um homem-sonhador. Acompanhei a trajetória política de Marcelo Déda, suas várias tentativas de eleição para a Prefeitura de Aracaju e Governo de Sergipe. Quando soube da sua doença pensei: nadar tanto e morrer na praia. Que sina, quando sua estrada parecia longa! Mas às vezes a vida se comporta assim; fazer o que? Mas ele

deixou seu legado de idealista, lutador e vencedor de sonhos pelo bem comum.

Estive algumas vezes pessoalmente com Marcelo Déda. Entre elas, na minha residência, assim que foi eleito Prefeito de Aracaju. Em 2003 fazia programa na Tv Cidade e resolvi gravar um programa especial de fim de ano no meu apê e convidei algumas celebridades, entre elas Déda. Ele chegou mais cedo do que os outros. Toca a companhia e vou pessoalmente atender, era Déda que trazia em cada mão um jarrinho de violetas. Diante dele cumprimentei e agradeci as flores e, para minha surpresa, ele disse que o porteiro do prédio havia pedido para ele subir com as flores. Por uma noite Déda foi entregador de violetas. Pensei: Quanta humildade!

Passaram-se os anos, voltei a me comunicar com Déda pelo Twitter, falamos sobre religiosidade, dei sugestão de um projeto turístico... Cheguei a participar rapidamente da assessoria do seu primeiro mandato como Governador de Sergipe.

Parte um sonhador, um idealista, um lutador pela vida. Fica a semente da sua sensibilidade, inteligência e boas intenções.

 

Irmão, não pense que a vida acabou, sua missão agora é outra, você não é mais Governador de Sergipe, não é mais Marcelo Déda, voltou a ser apenas um espírito que de onde estiver deve lutar pelo bem comum dos que ficaram na Terra, intuindo aos que estão no poder. Boa sorte por ai, um dia, quem sabe a gente volta a se encontrar.

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